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Um cheirinho de campeão, com pitadas de passado recente.




Começar por dizer, que esta é uma vitória com muito suor, muitos quilómetros corridos e com um espírito coletivo, a começar em Helton e a terminar num incansável Hulk, que sozinho fez o trabalho de três jogadores. 

Jogo decisivo para o FC Porto, este que se aproximava, na Ucrânia em caso de derrota ficaríamos em risco de nem ir à Liga Europa, em caso de empate teríamos que vencer o Zenit por dois ou mais golos de diferença e em caso de vitória dependiamos apenas de nós para chegar à próxima fase e com um pouco de sorte na próxima jornada podermos até chegar ao primeiro lugar do grupo. Não só os jogadores como equipa técnica e direção, saberiam que este era o verdadeiro teste do tudo ou nada e na verdade os jogadores conseguiram ultrapassar este jogo, com entreajuda e espírito de combate e equipa, o FC Porto achou que podia, cresceu e conseguiu ultrapassar a segunda de três finais, no próximo sábado é a terceira no espaço de duas semanas. 
Parabéns aos jogadores e equipa técnica por este jogo, não se esqueçam dos últimos dois jogos e com certeza a época será melhor do que tem sido até agora.

Início de jogo difícil para o FCPorto com Helton a resolver algumas das falhas daquela que tem sido uma das pechas desta época, a defesa, não se conseguia encontrar dentro de campo e o Shakhtar podia ter marcado por mais do que uma vez, duas das quais foram aos postes da baliza dos azuis e brancos.
 Se nos primeiros vinte minutos a equipa parecia andar à procura de si própria dentro do campo a partir dos vinte minutos melhorou, sobretudo porque J. Moutinho, Steven Defour e Fernando, decidiram que estava na hora de entrarem em jogo e começarem a aguentar aquele meio campo, correndo mais, recuperando mais e acalmando o ritmo de jogo que até ali estava a ser rápido demais, e o que era preciso era calma e concentração para evitar falhas.


Na frente James, Hulk e Djalma eram um trio, que parecia caminhar sobre as pernas de Hulk. Djalma que estava pela primeira vez a titular no maior palco do futebol Europeu, não vacilou, mas também não desiludiu, já James parecia um pouco perdido, individualista mas sem saber onde realmente andava dentro de campo, apesar da bola ao poste, e algum desacerto defensivo o FC Porto conseguiu chegar ao intervalo sem sofrer golos, mas também sem os marcar.
Na segunda parte vimos um FC Porto diferente, defesa mais concentrada, mesmo comentando alguns erros de circunstancia, estavam mais concentrados, Álvaro Pereira com ordens para não subir tanto, mas sobretudo, um meio campo não tão retraído, que defendia mais à frente, o que permitia ao meio campo recuperar a bola mais perto da baliza e evitar os percalços da primeira parte, Moutinho aos poucos voltava ao seu melhor, talvez pela contagiado, pela confiança com que os parceiros de meio campo, Steven Defour (que fez esquecer Fernando Belluschi e Guarin completamente) e Fernando filtravam o meio campo, quer a nível defensivo, quer na transição ofensiva. Defour não é nenhum Pirlo, nem nenhum Xavi ou Iniesta, mas naquele meio campo ao lado de Moutinho e Fernando, faz lembrar Maniche, Costinha e Deco, três jogadores que correm para a frente e para trás de forma harmoniosa sem se atrapalharem, que sabem perfeitamente os espaços de cada um. 
Com o crescimento do meio campo, os jogadores da frente começaram a crescer, James estava a passar mais a bola, Djalma mais interventivo mesmo que não fosse decisivo, mostrou a quem estava no banco, que é preciso correr, senão perde terreno e Hulk, continuava na sua batalha contra o os defesas do Shakhtar, com essa pressão alta os jogadores adversários, começaram a ficar desorientados e cansados, mais do que os do FC Porto que pareceu sempre mais fresco, e isso possibilitou uma crescente corrente da bola em direção à baliza do Shakhtar. Depois disso, foi uma questão de força mental e capacidade de aproveitar o talento dos jogadores e vencer. 


Não vimos o melhor jogo do mundo, nem vimos o FC Porto no máximo das suas capacidades, mas já vimos alguma coisa, se fizermos 90% dos jogos assim, dificilmente perdemos ou empatamos algum, seriedade, espírito de equipa motivação são três ingredientes fundamentais no futebol, e ontem viu-se isso. Se criticamos tantas vezes a falta de empenho e de querer, hoje é justo que lhes demos os parabéns por terem ganho num estádio onde só uma equipa tinha ganho anteriormente para as competições europeias, e mais uma vez, mostramos que não estamos mortos, e que o funeral que estava preparado, terá que ser adiado durante pelo menos mais quinze dias, até ao jogo contra o Zenit. 

Duas notas finais.
Primeiro, para os jornais de Portugal, poderão ver no post anterior as capas dos jornais, apenas um deles deu valor à vitória do FC Porto os outros preferiram falar de Artur o homem de gelo, e Luisão em contra relógio para o jogo contra o Sporting. É por estas e por outras que devemos manter a nossa união é nos momentos maus que devemos fazer das fraquezas, forças e lutar até ao fim sem dar descanso! 

Segundo, para Vítor Pereira, por ter tido a capacidade de analisar o que era preciso alterar no intervalo, e ter estudado bem a outra equipa. Demonstrando, que não é assim tão bom, nem tão mau como fazem parecer, os próximos jogos demonstrarão, se é Vítor Pereira ou se são os jogadores os maiores culpados de tudo o que se tem passado, para já e visto que temos tido azar atrás de azar, aproveitemos esta felicidade.